A atividade econômica brasileira contraiu mais do que o esperado em março, mas ainda assim fechou o primeiro trimestre de 2024 com crescimento, mostrando tração em um ambiente que favorece o consumo das famílias com o mercado de trabalho aquecido e a inflação sob controle, de acordo com dados do Banco Central.
O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), recuou 0,34% em março na comparação com o mês anterior, em dado dessazonalizado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de queda de 0,25%, e o resultado foi o primeiro no vermelho depois de quatro meses de ganhos. Ainda assim, o índice fechou o primeiro trimestre do ano com expansão de 1,08%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve recuo de 2,18%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 1,68%.
A economia brasileira vem apresentando bom desempenho neste início de ano, favorecida principalmente pelo consumo diante de uma inflação sob controle, aumento da renda e mercado de trabalho firme. Analistas consideram ainda que o pagamento de precatórios no primeiro trimestre ajudou a atividade.
O afrouxamento monetário promovido pelo Banco Central — com a Selic atualmente em 10,50% — também deve ajudar a sustentar a economia este ano, já que favorece as condições de crédito no país.
Em março, a indústria brasileira ganhou força e fechou o primeiro trimestre com crescimento de 0,9% da produção, enquanto o volume do setor de serviços expandiu 0,4%, resultado melhor do que o esperado. Já as vendas varejistas tiveram estabilidade no mês, contrariando expectativas de uma retração depois de dois meses de altas.
Em março, o Banco Central melhorou sua projeção de crescimento econômico em 2024 para 1,9%, contra o patamar de 1,7% estimado em dezembro. O Ministério da Fazenda, por sua vez, prevê expansão de 2,2% este ano, mas o ministro Fernando Haddad já afirmou que a estimativa deve ser revisada para ao menos 2,5%.
As intensas chuvas no estado do Rio Grande do Sul trazem um grande custo humanitário e desdobramentos econômicos significativos. Segundo o JPMorgan, os efeitos sobre o PIB e a inflação do Brasil tendem a ser modestos, mas o impacto político nas contas fiscais pode ser relevante.
O Rio Grande do Sul, responsável por 8,6% do peso atual da inflação e 6,5% do PIB do Brasil em 2021, é uma região agrícola importante. As principais culturas agrícolas, como soja, arroz, trigo e milho, podem sofrer repercussões, especialmente nos preços dos alimentos. O preço do arroz, por exemplo, saltou 5% nos últimos sete dias.
A XP Investimentos também destaca perdas na produção de arroz, que representam cerca de 70% da produção nacional. A expectativa de deflação de 5% para o arroz em 2024 foi revertida para estabilidade. Perdas na produção de soja e impactos indiretos no IPCA são esperados, com revisões na projeção de alimentação no domicílio de 3,8% para 4,2%.
O gráfico a seguir visualiza o crescimento e o tamanho das exportações de serviços da América Latina, com destaque para o Brasil, que continua a liderar o crescimento no setor. As exportações de serviços da América Latina, especialmente do Brasil, ainda são muito subestimadas. O turismo, as finanças, a hotelaria, as TI, a educação, entre outros, são setores que impulsionam as economias dos EUA e da Europa e são um fator importante para o crescimento econômico e social.
Com um cenário econômico promissor e um mercado de trabalho robusto, o fundo AFA High Yield Opportunities FIDC continua sendo uma excelente opção para investidores em busca de retornos elevados.
Fontes:
Banco Central do Brasil: Dados sobre o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) e a taxa Selic.
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): Informações sobre a taxa de desemprego no Brasil.
Ministério da Economia: Dados sobre a balança comercial e o saldo de empregos formais no Brasil.
Ministério do Trabalho e Emprego: Informações sobre saldo e variação de empregos formais por unidade da federação.
Reuters: Expectativas de mercado e projeções de crescimento econômico.
Poder360: Gráficos e dados visuais utilizados para ilustrar a situação econômica e de emprego no Brasil.
World Bank: Dados sobre exportações de serviços na América Latina.
Ecio Costa: Professor de Economia na UFPE Twitter @eciocosta
Forbes: https://forbes.com.br/forbes-money/2024/05/atividade-economica-brasileira-contrai-em-marco-mas-cresce-no-1o-trimestre-de-2024/
Infomoney: https://www.infomoney.com.br/economia/os-impactos-economicos-estimados-com-a-tragedia-climatica-no-rio-grande-do-sul/